sábado, 5 de março de 2011

Ambiente de trabalho


Você já parou para observara mesa do seu colega de trabalho? Principalmente as mesas das mulheres?
Uma foto do filho, ou do marido, um cachorrinho de pelúcia, um chaveiro, qualquer objeto que possa deixar o ambiente suave e ou mais familiar.

A maioria das empresas percebendo que os colaboradores passavam quase a maior parte do tempo trabalhando, resolveram além de permitirem esses objetos, que é uma personalização da mesa de trabalho de cada um, criar um dia da semana para que todos se sentissem em casa e o dia escolhido por quase todos foi a sexta-feira,
Geralmente chamadas de sextas free, ou casual day. Os colaboradores podem ir com roupas esportes, jeans, camisetas, tênis.

Já vi empresas que permitia os colaboradores irem de pantufas, outras incentivam um café da manhã entre os colegas dos setores, para que haja uma descontração.
Tudo para que o ambiente de trabalho não fique pesado.
Daí vem uma área que cada vez mais está em alta, o clima organizacional, que tem a qualidade de vida como carro chefe, onde tentam buscar várias maneiras de trazer essa proposta ao ambiente de trabalho, desde massagens até viagens.
Pude observar organizações interessando-se em criar algum programa que fizesse diferença aos colaboradores, algo que fosse comentado em reuniões e pelos
corredores da empresa. Como o ser humano precisa sempre de estímulos, esses programas ficam obsoletos e perdem o valor. Percebendo isso, as organizações correm atrás de
novos programas, novas ideias. E assim muitas vezes forma-se o ciclo, criam, recriam.

Lembra que falamos no começo sobre as personalizações das mesas? Cada objeto, foto, algo que deixe o funcionário se sentir bem. Está aí a chave para um
bom, ou porque não dizer ótimo ambiente de trabalho.
Cada indivíduo deve personalizar seu ambiente. Você pode me falar: Mas temos a avaliação do clima onde todos dão ideias, Isso é bom, mas, faz-se uma pesquisa
sobre cada ideia. E vence as mais parecidas, e assim só uma porcentagem fica com um ambiente bom para se trabalhar, ou terá algo que gosta na empresa.
E onde poderíamos colocar a música nisso? Como você já leu, todos gostamos de música, desde que nascemos ouvimos música.
A música inserida no ambiente de trabalho trás benefícios que não exigem muito espaço, e nem alto custo. Como todos temos nosssos estilos musicais, pode-se
facilmente personalizar para cada colaborador as músicas que gostam de ouvir.
Claro que há toda uma pesquisa e experimentação para isso acontecer, não estou falando que as pessoas trabalharão ouvindo músicas em fones o dia inteiro,
mas o treinamento com música, ambientalização musical, será uma grande saída para as organizações deixarem seus ambientes agradáveis, onde seus colaboradores
poderão trabalhar mais prazerosamente em um ambiente do seu jeito.

Éber Anacleto
http://www.eberanacleto.com.br/

O reinício


O sol rastejou por debaixo da porta, riscou uma linha de luz pelo assoalho para formar um ponto brilhante naparede tosca no lado direito da cama. Com
o quarto iluminado, ele resmungou a desdita de ter que se levantar. Sentou-se, procurando acompanhar o rastilho que se acendeu no quarto e começou a falar
sozinho. "Que dia é hoje? Onde estou? Que lugar é este?".
Sem pressa, estincando os braços para o alto, em um esforço para alongar os músculos retesados, ele caminhou até o banheiro, levantou a tampa do vaso e
notou que havia urinado pela madrugada; um cheiro azedo subiu e lhe enauseou. “Que coisa, não me lembro de ter feito xixi!”. Quando ouviu o barulho da
micção, sentiu prazer de aliviar a bexiga. "Estranho, eu não lembrava que era tão bom vir aqui de manhã".
Terminou, espremeu o último pingo e se voltou para lavar as mãos. Tomou um susto. O coração dele disparou. “Quem sou eu?”, falou alto, como se brigasse
com a figura que surgiu dentro do espelho.
Vestiu-se. De repente, já estava na calçada. O cenário lhe pareceu estranho. Sem conseguir reconhecer a vizinhança, não sabia para que lado se virar. “Esquerda
ou direita”? Olhou as mãos e não conseguiu distinguir uma da outra. “Não sei quem sou, como vou saber que lado seguir?". Um pânico súbito se espalhou pelo
corpo como um arrepio macabro. “Estou ficando louco”, falou em voz alta.
Um carro parou bruscamente na sua frente. Quando o vidro baixou lentamente, apareceu um rosto feminino ainda mais apavorado que o do homem que ele vira
no espelho há alguns momentos. “O senhor poderia me ajudar?”, ela implorava como uma náufraga pedindo uma bóia. “Estou perdida, preciso saber que dia é
hoje, quem eu sou, onde estou e para onde vou”.
Ele tentou cadenciar a respiração, mas não conseguiu; o medo era maior do que a capacidade de controlá-lo. “Também estou perdido”, respondeu como uma criança
acuada. A mulher não deixou que ele encaixasse a próxima frase. “Acabei de ouvir no rádio que durante a noite, uma estranha amnésia se alastrou como epidemia”.
Ninguém mais sabe o nome, as pessoas vagueiam pela cidade sem rumo, sem norte”.
“E por que a senhora acreditou que eu poderia ajudar?", ele indagou vagarosamente. “Eu não tinha nenhuma expectativa em relação ao senhor; parei aqui na
frente por acaso. Simplesmente encostei o carro e o senhor foi a primeira pessoa que vi quando ouvi a notícia do apagão da memória coletiva”.
Ele abriu a porta do carro, estendeu a mão como faziam os cavalheiros ao cortejarem as damas medievais e a senhora saiu do carro. “Venha comigo”, ele pediu.

De mãos dadas, os dois dobraram a esquina. E se perderam. Ele jamais acertou o caminho de volta para casa; ela nunca mais se lembrou onde havia deixado o
carro. Junto com o mundo, os dois perderam toda memória.
Ele e a nova amiga se viram obrigados a caminhar, caminhar; agora, sempre para frente. Quando estavam muito longe os dois sentiram necessidade de se darem
nomes. "De hoje em diante você vai se chamar Adão".  E você será Eva. E os dois começaram tudo de novo.


Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

Éber Anacleto
http://www.eberanacleto.com.br/

Qualificação pode gerar discriminação

De acordo com uma pesquisa apresentada na Faculdade de Direito (FD) da USP,
qualificações que deveriam ser consideradas um diferencial positivo para o
mercado de trabalho podem fazer com que um empregado sofra humilhações ou
mesmo perca seu trabalho por ser mais qualificado do que seus superiores.

Segundo o pesquisador Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho, este tipo de
discriminação pode existir em pelo menos três momentos diferentes: no
momento da contratação, quando o candidato à vaga tem maiores conhecimentos
do que os necessários para o cargo; no decorrer do contrato de trabalho
quando ele está começando a se destacar e, por isso, seu superior fica
incomodado; e, em terceiro lugar, quando o empregado é despedido de forma
discriminatória.

Em 2008, Boucinhas defendeu a tese Discriminação por sobrequalificação, na
FD, sob a orientação do professor Antônio Rodrigues de Freitas Júnior. Por
meio de entrevistas, o pesquisador comprovou a realidade de sua tese. "Em
uma delas, a formação de um professor de História, com mestrado em Ciências
Sociais, foi preterida por escolas de ensino médio porque seu "curriculum"
era superior ao necessário e suas explicações de nível elevado poderiam
confundir os alunos", lembra, citando outro caso em que um economista de
Natal, no Rio Grande do Norte, teve de omitir sua graduação em Economia,
conforme aconselhou um amigo, para conseguir um trabalho como corretor de
imóveis.

Discriminação e prática ilícita

Boucinhas ressalta que "uma das características mais perversas da
discriminação por sobrequalificação é que ela não é baseada em preconceitos
ou estereótipos, mas gerada por questões financeiras ou de temor que o chefe
tem de ser substituído pelo empregado."

"Um fato muito comum em Universidades privadas é a forma de contenção de
gastos com o corpo docente. Como a redução de salários é proibida pela
Constituição, a instituição promove o esvaziamento dos cargos de alto nível
de especialização e não contrata mais professores para aquela determinada
faixa salarial", descreve, ressaltando que "depois cria um novo cargo para
contratar professores menos especializados e com salários mais baixos."

De acordo com o pesquisador, "o interessante não é apenas notar a
discriminação em cada caso, mas saber que a reação da maior parte de pessoas
que fica sabendo de casos similares, ou sofrem na pele a mesma situação,
considera a atitude do empregador como imoral e nunca como ilícita. Afinal,
é o empregador quem manda e desmanda em sua empresa".

Na leitura do jurista, considerando o conceito de discriminação "qualquer
tratamento desigual baseado em um critério não justificado, como por exemplo
o da qualificação superior ao cargo, consiste em prática discriminatória
vedada tanto pela Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) quanto pela legislação específica brasileira, a Lei 9029/95, que trata
da vedação das práticas discriminatórias."

O que fazer?

O advogado alerta que, em casos que ocorra a discriminação, há algumas
providencias jurídicas que podem ser tomadas. "Quando a pessoa é
discriminada no momento do recrutamento, pode mover uma ação por perdas e
danos por prática discriminatória e pleitear por uma indenização. Se, no
entanto, a discriminação acontecer durante o curso do contrato de trabalho,
além da indenização, pode pedir, a exemplo, o reenquadramento em um cargo
condizente com sua formação, caso a empresa possua um plano de cargos e
carreiras. Já se a discriminação culminar no término do contrato de
trabalho, cabe o pedido de indenização e a possibilidade de reintegração no
emprego."

"Infelizmente, não há como se garantir que o trabalhador que mova uma ação
por discriminação, assim como, quaisquer ações trabalhistas não possa ser
alvo de uma lista negra (prática nefasta ainda utilizada em alguns setores
da economia) que traz a listagem de pessoas que moveram ações trabalhistas
e, por isso, saem prejudicadas na hora de serem chamadas para uma entrevista
de emprego", lamenta Boucinhas. Mas, segundo ele, deixar que isto continue a
ocorrer leva à perpetuação de mais um tipo de discriminação.




Fonte: Empresas e Negócios /Agência USP de Notícias, por Sandra O. Monteiro,

Éber Anacleto






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Religião e espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
 
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
 
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: “aprende com o erro”.
 
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.
 
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
 
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.
 
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
 
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.
 
A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualide nos faz Transcender.
 
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.
 
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
 
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
 
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.
 
Éber Anacleto
 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A executiva no céu

Foi tudo muito rápido.
A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou.
Deu um gemido e apagou.Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um
imenso portal. Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas.
Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender
bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos
passantes :

- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho
um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano,
porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um
pronto-socorro.
Onde é que nós estamos?

- No céu.
- No céu?...

- É. Tipo assim, o céu. Aquele com querubins voando e coisas do gênero.
- Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.

Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém
usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir
que havia mesmo apitado na curva.
Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis
técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável.
Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de
estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de
administração da empresa.
E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.

- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?

- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.

- Assim? (...)
- Pois não?

A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente,
segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações
inesperadas e reagiu rapidinho:

- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida
e...

- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?
- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"?

- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.

Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade
ali no paraíso aparentava ser um zero à esq uerda em modernas técnicas de
gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a
executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim
dizer, celestial ali na organização.

- Sabe, meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma
proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando a
toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um
upgrade na produtividade sistêmica.

- É mesmo?

- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo
ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz
o quê?

- Ah, não sabemos.

- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?
- Hã?
- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera
desmotivação. Com o tempo isto aq ui vai acabar virando uma anarquia. Mas
nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples
programa de targets individuais e avaliação de performance.

- Que interessante...
- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e
o pessoal começar a reclamar da pressão e a ficar estressado, a gente acalma
a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional
impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina".

- Fantástico!
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um
organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis
psicológicos não consigam resolver.
- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir
as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de
leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande
Acionista.. Ele existe,certo?

- Sobre todas as coisas.
- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo,
encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o
marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto
valor agregado. O mercado telestérico por exemplo, me parece extremamente
atrativo.

- Incrível!
- É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um
board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro.
Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e
mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho
certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela
frente vai resultar em um turnaround radical.

- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?

- Não. Significa que você terá um futuro brilhante ... se for trabalhar com
o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como
funciona o Inferno...

Autor: Max Gehringer (Revista Exame)

Éber Anacleto

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